segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

NATAL DE LUZ



Cintilância não é sinônimo de harmonia e paz. Há claridade nos incêndios destruidores que consomem vidas e bens. Resplendor sinistro transparece nos bombardeios que trazem a morte. 

Reflexos radiosos surgem do lança-chamas. Relâmpagos estranhos - assinalam a movimentação das armas de fogo. 

No Evangelho, porém, é diferente. Comentando o Natal, o evangelista Lucas assevera que o Cristo é a luz para iluminar as nações. 

O Mestre não chegou impondo normas ao pensamento religioso. Não interpelou governantes e governados sobre processos políticos. Não disputou com os filósofos quanto às origens do homem. 

Também não concorreu com os cientistas na demonstração de aspectos parciais e transitórios da vida. Contentou-Se em fazer luz no Espírito imortal. Seu ministério endereçava-Se aos povos de todo o mundo. 

Mas Ele não marcou Sua presença com expressões coletivas de poder. Absteve-Se de movimentar e formar exércitos e sacerdócio, armamentos e tribunais. 

Preocupou-Se com o que de fato interessava. Trouxe claridade para todos, projetando-a de Si próprio. Revelou a grandeza do serviço à coletividade por intermédio da consagração pessoal ao bem infinito. 

Nas reminiscências da época do Natal, medite sobre o roteiro que você elegeu. A quê ele o conduz? Você tem luz suficiente para a marcha? Que espécie de claridade está acendendo em seu caminho? 

Fuja ao brilho fatal dos curtos-circuitos da cólera. Não se contente com a lanterninha da vaidade que imita o pirilampo de vôo baixo dentro da noite. 

Apague a labareda do ciúme e da discórdia que atira corações aos precipícios do crime e do sofrimento. Também não confunda o período natalino com o brilho dos enfeites das lojas. 

Em breve, essa cintilação se extinguirá, mas você permanecerá em sua jornada. Aproveite a habitual pausa de final de ano para refletir com profundidade sobre sua vida. 

Identifique as opções que lhe orientam os caminhos. Raciocine sobre os hábitos por você mantidos e que revelam seu mundo íntimo para os semelhantes. 

Estarão eles de acordo com os ensinamentos do Divino Mestre? Jesus disse que Seu jugo era leve e ofereceu a Sua paz. Na seqüência, revelou-Se como o caminho da verdadeira vida, e fez o convite. 

Quem quisesse, deveria tomar sua cruz e segui-Lo. Tomar a própria cruz e caminhar com o Mestre significa imitar Seus luminosos exemplos. Não há felicidade nos distúrbios e no erro. Os resplendores da vida terrena bem cedo produzem enfado. 

Se você procura o Mestre Divino e a experiência cristã, para além das ilusões do mundo, pare e reflita. Lembre-se de que há na Terra clarões que ameaçam, perturbam, confundem e anunciam arrasamento. 

Ser cristão, desfrutar de Sua sublime paz, implica cooperar com Ele. Para isso, é necessário dispor-se a extinguir as trevas, acendendo em si próprio aquela sublime luz para iluminar. 

É indispensável dispor-se a amar e servir, fazendo disso um hábito, pela repetição incessante. Pense nisso. Este é o verdadeiro sentido d vida. e no mais vamos que vamos ETA nóis.

domingo, 23 de dezembro de 2018

SEM FÉ É IMPOSSÍVEL


Quando o indivíduo se encontra na encruzilhada de decisões importantes, é a esperança que o estimula à seleção do caminho a seguir. Quando os céus se apresentam árduos e ameaçadores, é a esperança que anuncia a claridade vitoriosa que logo mais chegará. 

Quando as dificuldades estonteiam e as perspectivas de êxito fazem-se mais remotas ou impossíveis, é a esperança que propõe novos experimentos, a fim de que tudo se modifique. 

Quando a morte domina, arrebatando os seres queridos da convivência física e deixando uma lacuna quase impreenchível, é a esperança do reencontro que alenta no prosseguimento da marcha. 

Na verdadeira esperança não há a angústia da expectativa. Ela é substituída pela alegria, pela tranqüilidade de quem espera com confiança. 
Na Carta escrita por Paulo aos Hebreus, ele diz que "Sem fé é impossível agradar a Deus". É assim a vida. E no mais vamos que vamos, ETA nóis.

FAMÍLIA


Das coisas mais importantes que aprendi neste 59 anos de existência é que FAMILIA de verdade é aquela que todas as falhas são perdoáveis, todas as necessidades são compreensíveis, todas as responsabilidades são arcadas, toda sabedoria faz parte, toda inteligência toma conta, toda amizade é eterna, todo amor é duradouro, todo carinho é fundamental. Família é isso! 

Aprendi que o amor chega na hora exata. Que a maturidade vem aos poucos. Que família é tudo. Que amigos bons e sinceros são poucos. Que cuidar da sua vida é sempre a melhor opção. Que dias melhores sempre virão. 

Que na vida, nem tudo vale a pena. E principalmente que minha felicidade depende das escolhas que eu faço. Nesta vida nada se leva... Só se deixa... Então, deixe o teu melhor sorriso... Teu maior abraço... Tua melhor história... Tua melhor intenção... Toda a sua compreensão... E de sua amizade... A maior porção! E sejamos felizes juntos, ETA nóis.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

NÃO BASTA SER PAI, TEM QUE PARTICIPAR


Vou dar para os meus filhos tudo o que não tive. 

Esta frase pode ser ouvida muitas vezes saída da boca de certos pais. Nada mais bonito. Uma grande prova de carinho e dedicação. 

O que assusta é que na prática esse tudo que não tive se transforma quase que unicamente em coisas materiais. 

Milhares de brinquedos, muita roupa nova, passeios todos os fins de semana, viagens desde cedo, todos os pequenos e grandes desejos imediatamente atendidos. 

No mais das vezes, sem qualquer questionamento por parte dos pais, a não ser quando o dinheiro não é suficiente. Nesse caso, com muito sofrimento, eles adiam para daqui a um ou dois meses a compra do novo bem. 

Acostumam os filhos a uma avalanche de presentes, com a qual supostamente tornarão suas crianças felizes. 

No entanto, esses mesmos pais, em outros momentos, afirmam que os filhos, apesar de tudo que têm, quase não utilizam seus brinquedos. 

Vivem pedindo outros e mais outros. Que também vão sendo empilhados, quase sem uso e vão se acumulando nos armários de seus quartos. 

Alguns anos mais tarde, são ainda esses mesmos pais que lastimam o quanto têm que gastar com as roupas e mesadas dos filhos adolescentes. 

A jovem precisa de uma roupa nova a cada fim de semana ou a cada festinha que comparece. E roupas somente de grifes. 

Os meninos cedo aprendem a exigir carro, cartão de crédito, mais e mais dinheiro para programas em boates, noitadas ou viagens. 

Quando os pais tentam refrear essas exigências, que passam a ser vistas como direitos pelos filhos, a reação costuma ser, no mínimo, de revolta. 

Quando os pais agem, desde cedo, dessa maneira excessivamente generosa, porém impensada, o que estão estimulando é o surgimento de uma geração de jovens que valorizam apenas o ter em detrimento do ser. 

Aprenderam a ver o mundo dessa forma. Não poderiam portanto ser diferentes. Assim, só vale o que a pessoa possui. Não importa o que ela seja. 

Pensando em nada negar aos filhos, os pais criam jovens extremamente inseguros, com valores equivocados. Não se sentem valorizados a não ser pelo que vestem, pelo que têm de bens materiais. 

Importante se faz que os pais se preocupem em revelar aos filhos o seu valor pessoal como gente, como ser humano que vale pelo que é, pelo que tem de bondade, de generosidade, de honestidade, de caráter e honradez, de amor ao próximo. 

Na verdade, o melhor que se pode dar aos filhos não são coisas materiais. 

O melhor que se pode dar aos filhos é equilíbrio, tranquilidade, paz. Ensinar-lhes a valorizar o que têm. Participar verdadeiramente de suas vidas.

Não se está sugerindo ou defendendo a idéia de privar os filhos de coisas que eles podem ter. Mas que os pais deixem algum espaço, alguma coisa pela qual os filhos se empenhem. 

Não os sufoquem com o seu amor. Ao contrário, se empenhem para que os filhos acreditem em alguma coisa. Que tenham algum ideal, algum objetivo por que lutar. Que desejem dar uma contribuição social. Não apenas receber. 

Ensinem aos filhos, enquanto é tempo, que a vida é muito mais do que o simples gozar. Que a vida é oportunidade de crescimento, de progresso. 

Incentivem seus filhos na busca da intelectualidade e dos valores morais. Sendo assim você estará participando inteiramente de suas vidas. Pense nisso, e no mais vamos que vamos, ETA nóis.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

DEZEMBRO CHEGOU


Chegamos a dezembro, que para muitos é um mês muito especial. Como são todos os meses de dezembro. Neste mês segundo a história, nasceu o homem Jesus. 

As casas, as ruas, as avenidas se enchem de luzes. Cantos, cantigas, dramatizações do nascimento de uma criança singular se reprisam em escolas, templos e associações. Em nome de um menino, os corações se sensibilizam e cada qual procura tornar muito bom o dia do Natal. 

Eclodem emoções. E ante tanta sensibilidade que desfila ao longo desses dias, é de nos indagarmos: Quem é essa criança cujo nascimento é evocado, mesmo após decorridos mais de vinte séculos da sua morte? 

Porque afinal, costumamos comemorar o aniversário na terra dos que estão conosco. Depois que realizam a grande viagem, rumo ao invisível, nós lembramos outras datas. Mas ninguém pensa em realizar festa de aniversário para aquele que já se foi. 

E outro detalhe muito significativo. No dia em que se comemora o aniversário dessa criança, quem recebe os presentes são os que promovem a festa, numa alegre troca de embrulhos, lembranças e mimos. 

Só mesmo um Espírito tão grande quanto o do Cristo poderia atravessar os séculos e prosseguir lembrado. Foi tal a revolução que promoveu no Espírito humano que a Terra O recorda, ano após ano. Sua revolução não utilizou armas de fogo, ferro ou aço. Foram, no entanto, as mais invencíveis armas do amor e da bondade. 

Desde o nascimento, exemplificou. Rei das Estrelas, Senhor dos Espíritos, tornou-Se criança, adolescente, homem e viveu com os homens. Demonstrando, através de pouco mais de três décadas que não importam as circunstâncias, quem deseja ser bom pode sê-lo. 

Viveu em período em que a política romana comandava o mundo, em que a hipocrisia farisaica imperava e, no entanto, manteve-Se puro. Lecionando humildade ao nascer em um berço de palha, traduziu a lição do trabalho na carpintaria de Seu pai José. 

Ele, que moldara, junto com o Pai Supremo as formas da Terra que habitamos, não Se envergonhou de domar a madeira e transformá-la em bancos, mesas, utensílios domésticos outros. Senhor e Mestre, em cada momento de Sua vida, ensinou pelo exemplo, testificando que o bem vence o mal, a luz vence a treva. 

Mais de dois mil anos são passados, desde Sua vinda à Terra. Quando nos decidiremos por Lhe seguir a excelsa doutrina, que conjuga o verbo amar e que utiliza os substantivos doação, renúncia, abnegação? Se Jesus é nosso Modelo e Guia, por isso mesmo, nenhum de nós deve se dizer desiludido com essa ou aquela postura equivocada de seguidores de qualquer credo. 

Porque afinal o que importa mesmo, é a conduta do nosso Mestre Jesus que, em nenhum momento, abandonou as linhas do dever e do amor sem limites. Pensemos nisso, vamos respeitar aqueles que não são cristãos, e no mais vamos que vamos, ETA nóis.

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

GRATIDÃO


Quando a palavra é gratidão, nos vem a lembrança a mulher da bíblia que tinha um fluxo de sangue contínuo. Ela viera das terras distantes de Cesaréia de Filipe, na Decápole. 

Era considerada impura, pois há 12 anos um fluxo sanguíneo não a deixava. Recorrera a todos os métodos possíveis, na ânsia da cura. Tudo inútil. Seu mal era considerado um sinal de desventura, um castigo divino. 

Após ter gasto tudo que possuía, ela resolvera buscar a próspera Cafarnaum, na esperança de encontrar um remédio ainda não experimentado, um médico ainda não consultado. 

Chegou à cidade no momento em que o sublime Profeta de Nazaré acabava de saltar nas brancas praias de Cafarnaum. 

Pelos caminhos, ela ouvira falar daquele Homem, pela boca dos que tinham sido abençoados por Suas mãos e haviam recuperado a saúde. 

O povo se comprime. Todos almejam chegar mais perto. A figura de Jesus se destaca com Sua túnica tecida sem costura, Seu manto quadrangular de borlas tecidas em fios de linho. 

A mulher tenta se aproximar Dele. O coração parece lhe saltar do peito. O que dizer-Lhe? Como falar da sua desdita, expondo-se, em meio a tanta gente? 

Ela já fora tão humilhada. As marcas da problemática orgânica lhe denunciavam a enfermidade. Estava descarnada, anêmica. 

Ela acreditava Nele. Parecia sentir que uma força extraordinária se desprendia Dele. Todo Ele era grandeza. Almejava gritar, tocá-Lo. Isto: tocá-Lo seria suficiente para que se curasse. 

Então, numa rua estreita, enquanto a multidão se adensava cada vez mais, ela aproximou-se e por trás, alongou o braço esquálido e Lhe tocou as vestes com a ponta dos dedos. 

Maravilha! O sangue estancou de imediato. A dor se foi. Uma sensação estranha a dominou. Sentiu-se renovada. Foram alguns segundos de êxtase. Logo, a voz Dele se destacou na multidão: 

Quem me tocou? Os discípulos dizem que é impossível saber, pois todos O apertam, comprimem. 

Ela se atira aos pés Dele e confessa: Fui eu, Senhor. Guardava a certeza que, em tocando-Te as vestes, recuperaria a saúde. 

Jesus a envolve em Seu olhar e a sossega: Filha, vai em paz. A fé te salvou. Fica livre do teu mal! 

Algum tempo depois, Ele foi preso. Às horas de angústia da incerteza do destino Dele, se seguiu a cruel subida até à Colina da Caveira. 

Sob o peso do madeiro que carrega, enfraquecido por não ter Se alimentado desde a noite anterior e pelas longas horas de flagelação, Ele cai. 

Ela não se contém. Burla a vigilância dos soldados e corre-Lhe ao encontro. Com uma toalha branca, limpa-Lhe a face ensanguentada e dorida. 

Quando a retira, nela estava estampado o rosto Dele, tingido pelo sangue. Vai em paz! Lembrar-Me-ei de ti...- escuta ela em seu coração. 

Antigas tradições cristãs dizem que essa mulher se chamava Serápia e que, a partir desse episódio, ficou conhecida como Verônica, que quer dizer: verdadeira imagem. 

Verônica ou Berenice - que importa? O que ressalta é o exemplo de gratidão que se permite externar. 

Ela acompanha o Mestre, na Sua caminhada dolorosa, afronta a soldadesca, tudo para limpar o rosto Daquele que um dia a envolvera em Seu olhar amoroso, desejando-lhe paz. 

Ele lhe retribui o gesto, deixando impresso Seu semblante na toalha alvinitente. 

A recompensa da gratidão. E no mais vamos que vamos, ETA nóis.