quarta-feira, 20 de março de 2019

CONSUMISMO (Por Pedro Machado)


Bom dia amigos. Hoje eu em um estabelecimento comercial, me fiz a seguinte pergunta; será que eu preciso disto realmente? Será que precisamos de tudo aquilo que desejamos ter? Você já parou para pensar sobre isso? 

Eis uma reflexão que necessita de nossa atenção, e que irá colocar em análise muitos de nossos valores. Lembramos de uma passagem narrando que Mahatma Gandhi, depois de ter conseguido a independência da índia, fez uma visita à Inglaterra. Passeava com algumas pessoas pelas ruas de Londres, quando sua atenção foi atraída para a vitrine de uma famosa joalheria. 

E ali ficou Gandhi, olhando as pedras preciosas e as jóias ricamente trabalhadas. O dono da joalheria imediatamente o reconheceu, e foi até a rua saudá-lo: Muito me honra que o Mahatma esteja aqui, contemplando o nosso trabalho - disse ele. Temos muitas coisas de imenso valor, beleza e arte, e gostaríamos de oferecer-lhe algo. 

Sim, estou admirado com tanta maravilha - respondeu Gandhi. E, mais ainda, estou surpreso comigo, pois sabendo que podia ganhar um rico presente, ainda consigo viver e ser respeitado sem precisar usar jóias. Outro espírito muito sábio também se refere a estas mesmas questões. 

O Dalai Lama, em sua obra "A arte da felicidade", traz observações e apontamentos sobre isso, propondo a seguinte prática: Toda vez que estivermos diante de algo que desejamos adquirir, algo que nos desperte o desejo, a vontade, indaguemos a nós mesmos: será que eu preciso disso? Se nos deixarmos levar por um primeiro impulso responderemos "sim, é claro que preciso", pois ainda não racionalizamos nada. Agora, se pensarmos um pouco mais, e deixar este primeiro ímpeto para trás, conseguiremos descobrir se realmente estamos precisando daquilo. 

Assim, assegura-nos o líder tibetano que não seremos facilmente seduzidos pelas conquistas materiais, que tendem a querer nos escravizar. Nosso ser é frágil, e ainda acha que precisa de recursos externos para assegurar sua felicidade. A baixa auto-estima, por vezes nos faz procurar no mundo algo que consiga elevá-la. 

Comprar roupas, carros, jóias, pode trazer uma certa satisfação às nossas vidas, mas ela será apenas momentânea, e logo que o encanto com o novo passe, voltaremos ao nosso anterior estágio de felicidade. 

O ser que busca a espiritualização, vai encontrar os recursos para construir sua felicidade naquilo que não é matéria, vai encontrar a satisfação nos sentimentos, nas ações nobres que pratique em favor do outro, numa conversa amiga, na contemplação da natureza. 

O ser que busca a espiritualização precisa rever seus valores, e não ceder aos apelos da mídia e dos modismos, conseguindo assim alicerçar sua felicidade em terreno seguro. 

Basta relembrarmos que o sábio dos sábios um dia ensinou: "Não ajunteis tesouros na Terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e roubam. Mas, ajuntai tesouros no Céu, onde nem a ferrugem destrói, e onde os ladrões não arrombam e nem roubam. Pois onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração" . Pensemos nisso, e no mais vamos que vamos, ETA nóis.