sábado, 25 de janeiro de 2020

AMIGOS (Por Pedro Machado)

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Boa noite. Hoje decidi não ter mais um milhão de amigos, como sugeriu Roberto Carlos. Achei que, na minha idade, poderia repensar sobre o assunto e tomei uma decisão. Lembrei dos amigos que enchem minha alma de alegria quando os encontro e quero conservá-los perto de mim. Lembrei também de outros amigos, os que fazem parte da minha vida porque são amigos de meus amigos e com os quais conviverei socialmente, por respeito aos amigos que faço questão de conservar. 

Alguns desses amigos de meus amigos são pessoas que pouco me acrescentam, mas convivo com eles porque fazem parte de um grupo social maior do que o das minhas relações pessoais. Acolho-os porque meus julgamentos de valores não devem servir para decidir sobre escolhas de meus amigos. Confesso que conviver com esses "amigos" desiguais começa a me tornar menos democrático do que gostaria. Minha tolerância anda em estado crítico e minha diplomacia implodiu. 

Não me importa mais se meus amigos são "vegetarianos" (até porque estou quase me tornando um), Ou se criticam aquela picanha gorda assada ao ponto, se acreditam em horóscopo (declinam de seu protagonismo na vida), se acham que cachorro é gente, ou, pelo menos, "inteligente" (e trocam relações humanas por reclusões sem qualquer diálogo que ouse confrontá-las com a realidade), se vão à missa nos domingos , ou ao culto num dia que desconheço (e abrem mão de decidir sobre o que é pecado, ou não). 

Não me importa se torcem para o palmeiras, se curtem festa "have", se tomam Kaiser, se "espalitam" os dentes.  Hoje decidi que posso ter bem menos do que um milhão de amigos. Talvez umas três dúzias seja suficiente. Decidi que os amigos que quero junto de mim, quer sejam "vegetarianos", acreditem em horóscopo, achem seus cães inteligentes, sejam religiosos, torçam para o palmeiras, gostem de festa "have", tomem Kaiser, "espalitem" os dentes, quer sejam de qualquer jeito diferente do meu, decidi que eles poderão ser meus amigos. E serão, com uma única condição: que me aceitem como sou, embora talvez não compartilhe suas crenças ou escolhas. 

Isso inclui aceitar um cara que tem idéias próprias sobre a vida. Certamente discutiremos quando algum deles tentar me convencer que comer carne vermelha faz mal à saúde, tentar prever meu futuro, depois de se informar do meu "signo", dizer que seu cãozinho de estimação está triste porque a cadelinha da vizinha morreu. 

Discutiremos quando um deles tentar me convencer que música "have" é melhor que bossa nova, etc. Mesmo assim, continuarão meus amigos, porque o que define uma amizade é o sentimento nutrido um pelo outro e que está acima de crenças ou escolhas pessoais. Meus amigos serão, por certo, uns poucos. 

Poderemos conversar na piscina num dia quente de verão,  construir uma pizza no forno à lenha da praia, tomar um conhaque à frente da lareira ou um chope no boteco da esquina. Poderemos nos ligar a qualquer hora para pedir um conselho, uma orientação; falar de uma tristeza, ou, mesmo, apenas, para conversar banalidades e nos sentirmos pertencentes a um mundo que eventualmente nos foge. 

Serão amigos que me escutarão, sem me julgar. Amigos que me aceitarão depois das eventuais bobagens que direi após a bebedeira de uma festa. Amigos que não me condenarão pela bebedeira da festa. Amigos que não me censurarão em público por equívocos que cometi. Amigos que, antes de qualquer comentário sobre atitude minha, farão questão de saber, pessoalmente, as razões de minha atitude.
            
A partir de agora, só quero amigos que tenham ombros e ouvidos. Ombros para acolher minha cabeça cansada pelas notícias tristes vindas do coração e ouvidos para acolher as queixas do mesmo coração, ainda que insensatas, porque insensata é apenas a dor de corações desconhecidos. Hoje, quero bem menos do que um milhão de amigos, quero apenas uns poucos, aqueles que caibam num minúsculo vidro de perfume Frances, rsrsrs, e vamos que vamos Moçada, ETA nóis.

O TEMPO NÃO PARA (Por Pedro Machado)

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“Tempo perdido é aquele em que não temos uma vida humana por completo, não enriquecida pela experiência, pelos esforços criativos, pelo prazer e pelo sofrimento”, me veio um pensamento e este pensamento foi longe até; porque por mais que a gente não perceba e, às vezes, se recuse a acreditar, o tempo voa e com ele, mais do que a minha imagem, o risco é deixar de lado as minhas idéias, meus sonhos, minhas vontades, minha essência e esquecer quem eu sou e você nem percebe. 

Você já pensou nisso? O problema é que a vida passa diante dos nossos olhos, e a gente nem percebe. E depois, tarde demais, vai querer saber o que fez de bom sem ter tempo de recuperar. “Enquanto dá tempo, faça a sua vida valer a pena antes que seja tarde”.

O tempo... quem o pode deter? Ele não para! Como dizia Cazuza (O tempo não para) Nada o detem! Segundo após segundo ele vai sem rodeios. Já diz o dito popular: "O tempo não espera por ninguém!". Parece que foi ontem nossa infância, adolescência... Sem querer ser saudosista, nem ficar choramingando os tempos idos, mas apenas querendo perceber o grande valor de cada momento. Viver é uma grande dádiva!

Às vezes perdemos tanto tempo em coisas que não valem a pena...
Às vezes não valorizamos as ocasiões em que estamos com os que amamos...
Âs vezes perdemos oportunidades únicas e preciosas...
E a desculpa do século ainda ecoa: "Eu não tenho tempo!"

Não temos tempo para conversarmos com nossos pais, irmãos, filhos...
Não temos tempo para sentarmos e gastarmos um tempo com o(a) esposo(a)...
Não temos tempo... É sempre tudo muito corrido! Só pensamos em trabalho, estudo, dinheiro... 

Na era da comunicação não temos tempo de conversar do jeito mais prazeroso de se fazer: olho no olho. Na verdade, não é que não temos tempo. Nós o perdemos usando mal.
Nossa vida passa rápido. O que temos feito com nosso precioso tempo?

Será que Deus tem tido espaço em nossa vida? Será que temos dado um tempo a Deus? (Na verdade Ele merece toda nossa vida...) No final de nossas vidas, quando olharmos para trás e vermos o que vivemos e no que gastamos nosso tempo, veremos que o bom uso de nosso tempo pode nos garantir uma eternidade feliz.

Aproveitemos nossa vida! E quando digo isso não é sugerindo que saiamos por aí de farra em farra, porque, infelizmente, muitos jovens e adultos também, associam aproveitar a vida com estragá-la. 

Aproveitar a vida é gastá-la em favor dos outros, de quem precisa. É doar-se no amor e por amor. É assemelhar-se Àquele que pode nos dar uma eternidade plena junto Dele. Lá onde o tempo não é senão um servo, pois Ele é o Senhor do tempo. Já diz a Palavra de Deus: "Existe um tempo pra cada coisa". Hoje é o tempo de amar! Pense nisso e seja feliz, e vamos que vamos, ETA Nóis..

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

AVANÇO PELA METADE (Por Pedro Machado)

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Qual será o futuro da nossa civilização. Do final do século XIX aos dias atuais, houve um grande avanço tecnológico. Isso ninguém pode contestar. O homem venceu os espaços e chegou à lua... Construiu máquinas capazes de vencer as distâncias entre os continentes, entre as nações. 

Ontem vimos um robô andar na superfície de um cometa. Descobriu-se a cura de enfermidades até então tidas como incuráveis. Conseguiu erradicar da face da Terra doenças que dizimavam vidas. Embora todo o progresso tecnológico conseguido e apesar da possibilidade de comunicação instantânea, o homem não logrou sequer minimizar a saudade, preencher a solidão, acalmar a ansiedade, evitar a dor, a doença e a morte. 

Conquanto a humanidade avance a passos largos na conquista de melhores condições de vida, de descobertas científicas, de aperfeiçoamento na produção de alimentos, vestuário, e outras tantas conquistas, não consegue deter a onda de violência que apavora os seres. 

Não consegue erradicar o preconceito do coração do homem, a revolta dos povos vencidos, as catástrofes de toda ordem que assolam as nações.  É de nos perguntarmos: por quê? Por que tanta miséria moral, diante de tantas conquistas intelectuais? A resposta é simples. É que o progresso intelectual gera o progresso moral, mas que o moral nem sempre o segue imediatamente. 

É preciso que os povos se tornem civilizados, e não apenas povos esclarecidos. Na busca desenfreada por melhores condições de vida, no campo material, o homem esqueceu de voltar sua atenção para ele mesmo, enquanto figura principal dessa engenharia toda. São importantes as conquistas intelectuais, porque as morais devem vir depois. 

Homens intelectualmente desenvolvidos, podem melhor compreender o bem e o mal e optar pelo bem. Basta que uma virtude brote nos corações: a piedade, que é o embrião da caridade. Quando o homem se detiver diante do sofrimento alheio e lutar por solucioná-lo, descobrirá naturalmente o caminho que o conduzirá à felicidade. 

Só lograremos a nossa própria felicidade, fomentando a felicidade do próximo. Se somos todos irmãos, não podemos admitir que sejamos felizes, vendo os demais padecendo fome e frio, sem possibilidades de educação, de crescimento, de um lugar ao sol. 

Numa sociedade verdadeiramente civilizada todos terão, pelo menos, o necessário para viver. E numa sociedade moralizada todos seremos amparados e, solidários, venceremos a solidão, a ansiedade, a dor... Porque vencidas serão as distâncias que separam os seres e os infelicitam. Você sabia que a inteligência é poderoso instrumento para fomentar o progresso da humanidade? 

Deus quer que as pessoas inteligentes usem-na para o bem de todos e não para esmagar os mais fracos. E você sabia que por mais inteligente que seja o homem, seu saber tem limites muito estreitos e restritos ao nosso planeta? Por esse motivo ninguém tem o direito de envaidecer-se de sua inteligência, pois a Terra representa um grão de areia diante de um Universo chamado infinito. Pense nisso, e vamos que vamos, ETA nóis.

domingo, 5 de janeiro de 2020

O SAL (Por Pedro Machado)


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Nada é mais importante na vida do que as pessoas. As coisas têm o valor que lhes damos. E o valor muda com o tempo e as convenções sociais. Em tempos antigos, o sal era tão precioso que se pagavam funcionários com ele. De onde, inclusive, surgiu a palavra salário. Depois, os homens foram convencionando, no transcorrer do tempo a considerar este ou aquele metal mais precioso. 

De um modo geral, aquele mais raro naquele momento. Hoje, a preocupação é ter carro do ano, tapetes importados, roupas de grife. E existem pessoas que fazem coleções de objetos, livros, selos, perfumes. 

O importante é amontoar, ter bastante para mostrar com orgulho, como se fossem troféus conseguidos à custa de grandes esforços. No entanto, quando a enfermidade chega, quando a solidão machuca, nenhum objeto, por mais precioso, por mais que o prezemos, conseguirá espantar a doença, diminuir a solidão. 

São as pessoas com seu carinho, sua ternura, seus gestos simples, traduzindo amizade, ternura, afeição que nos conferem forças para aguentar a dor e para espantar a solidão. São as pessoas que nos dão calor com seu aperto de mão, seu abraço, sua presença, seu olhar. São as pessoas que fazem a grande diferença em nossas vidas. 

O afeto é como o sol. Surge silencioso e ilumina tudo com seus raios, espalhando luz e calor. Ninguém pode viver sem afeto. Pode ser o amor de marido, de mulher, de um irmão. O carinho de um amigo que se candidata a tutor da nossa vida afetiva. A ternura de alguém com que nos defrontamos na jornada das dores e que nos oferece as flores delicadas de sua atenção. 

De tudo que há na terra para se gostar, nada faz mais feliz o homem do que o amor que receba, do amor que compartilhe, do amor que doe. Pense nisso, e no mais vamos que vamos, ETA nóis.