segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

NATAL DE LUZ



Cintilância não é sinônimo de harmonia e paz. Há claridade nos incêndios destruidores que consomem vidas e bens. Resplendor sinistro transparece nos bombardeios que trazem a morte. 

Reflexos radiosos surgem do lança-chamas. Relâmpagos estranhos - assinalam a movimentação das armas de fogo. 

No Evangelho, porém, é diferente. Comentando o Natal, o evangelista Lucas assevera que o Cristo é a luz para iluminar as nações. 

O Mestre não chegou impondo normas ao pensamento religioso. Não interpelou governantes e governados sobre processos políticos. Não disputou com os filósofos quanto às origens do homem. 

Também não concorreu com os cientistas na demonstração de aspectos parciais e transitórios da vida. Contentou-Se em fazer luz no Espírito imortal. Seu ministério endereçava-Se aos povos de todo o mundo. 

Mas Ele não marcou Sua presença com expressões coletivas de poder. Absteve-Se de movimentar e formar exércitos e sacerdócio, armamentos e tribunais. 

Preocupou-Se com o que de fato interessava. Trouxe claridade para todos, projetando-a de Si próprio. Revelou a grandeza do serviço à coletividade por intermédio da consagração pessoal ao bem infinito. 

Nas reminiscências da época do Natal, medite sobre o roteiro que você elegeu. A quê ele o conduz? Você tem luz suficiente para a marcha? Que espécie de claridade está acendendo em seu caminho? 

Fuja ao brilho fatal dos curtos-circuitos da cólera. Não se contente com a lanterninha da vaidade que imita o pirilampo de vôo baixo dentro da noite. 

Apague a labareda do ciúme e da discórdia que atira corações aos precipícios do crime e do sofrimento. Também não confunda o período natalino com o brilho dos enfeites das lojas. 

Em breve, essa cintilação se extinguirá, mas você permanecerá em sua jornada. Aproveite a habitual pausa de final de ano para refletir com profundidade sobre sua vida. 

Identifique as opções que lhe orientam os caminhos. Raciocine sobre os hábitos por você mantidos e que revelam seu mundo íntimo para os semelhantes. 

Estarão eles de acordo com os ensinamentos do Divino Mestre? Jesus disse que Seu jugo era leve e ofereceu a Sua paz. Na seqüência, revelou-Se como o caminho da verdadeira vida, e fez o convite. 

Quem quisesse, deveria tomar sua cruz e segui-Lo. Tomar a própria cruz e caminhar com o Mestre significa imitar Seus luminosos exemplos. Não há felicidade nos distúrbios e no erro. Os resplendores da vida terrena bem cedo produzem enfado. 

Se você procura o Mestre Divino e a experiência cristã, para além das ilusões do mundo, pare e reflita. Lembre-se de que há na Terra clarões que ameaçam, perturbam, confundem e anunciam arrasamento. 

Ser cristão, desfrutar de Sua sublime paz, implica cooperar com Ele. Para isso, é necessário dispor-se a extinguir as trevas, acendendo em si próprio aquela sublime luz para iluminar. 

É indispensável dispor-se a amar e servir, fazendo disso um hábito, pela repetição incessante. Pense nisso. Este é o verdadeiro sentido d vida. e no mais vamos que vamos ETA nóis.

domingo, 23 de dezembro de 2018

SEM FÉ É IMPOSSÍVEL


Quando o indivíduo se encontra na encruzilhada de decisões importantes, é a esperança que o estimula à seleção do caminho a seguir. Quando os céus se apresentam árduos e ameaçadores, é a esperança que anuncia a claridade vitoriosa que logo mais chegará. 

Quando as dificuldades estonteiam e as perspectivas de êxito fazem-se mais remotas ou impossíveis, é a esperança que propõe novos experimentos, a fim de que tudo se modifique. 

Quando a morte domina, arrebatando os seres queridos da convivência física e deixando uma lacuna quase impreenchível, é a esperança do reencontro que alenta no prosseguimento da marcha. 

Na verdadeira esperança não há a angústia da expectativa. Ela é substituída pela alegria, pela tranqüilidade de quem espera com confiança. 
Na Carta escrita por Paulo aos Hebreus, ele diz que "Sem fé é impossível agradar a Deus". É assim a vida. E no mais vamos que vamos, ETA nóis.

FAMÍLIA


Das coisas mais importantes que aprendi neste 59 anos de existência é que FAMILIA de verdade é aquela que todas as falhas são perdoáveis, todas as necessidades são compreensíveis, todas as responsabilidades são arcadas, toda sabedoria faz parte, toda inteligência toma conta, toda amizade é eterna, todo amor é duradouro, todo carinho é fundamental. Família é isso! 

Aprendi que o amor chega na hora exata. Que a maturidade vem aos poucos. Que família é tudo. Que amigos bons e sinceros são poucos. Que cuidar da sua vida é sempre a melhor opção. Que dias melhores sempre virão. 

Que na vida, nem tudo vale a pena. E principalmente que minha felicidade depende das escolhas que eu faço. Nesta vida nada se leva... Só se deixa... Então, deixe o teu melhor sorriso... Teu maior abraço... Tua melhor história... Tua melhor intenção... Toda a sua compreensão... E de sua amizade... A maior porção! E sejamos felizes juntos, ETA nóis.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

NÃO BASTA SER PAI, TEM QUE PARTICIPAR


Vou dar para os meus filhos tudo o que não tive. 

Esta frase pode ser ouvida muitas vezes saída da boca de certos pais. Nada mais bonito. Uma grande prova de carinho e dedicação. 

O que assusta é que na prática esse tudo que não tive se transforma quase que unicamente em coisas materiais. 

Milhares de brinquedos, muita roupa nova, passeios todos os fins de semana, viagens desde cedo, todos os pequenos e grandes desejos imediatamente atendidos. 

No mais das vezes, sem qualquer questionamento por parte dos pais, a não ser quando o dinheiro não é suficiente. Nesse caso, com muito sofrimento, eles adiam para daqui a um ou dois meses a compra do novo bem. 

Acostumam os filhos a uma avalanche de presentes, com a qual supostamente tornarão suas crianças felizes. 

No entanto, esses mesmos pais, em outros momentos, afirmam que os filhos, apesar de tudo que têm, quase não utilizam seus brinquedos. 

Vivem pedindo outros e mais outros. Que também vão sendo empilhados, quase sem uso e vão se acumulando nos armários de seus quartos. 

Alguns anos mais tarde, são ainda esses mesmos pais que lastimam o quanto têm que gastar com as roupas e mesadas dos filhos adolescentes. 

A jovem precisa de uma roupa nova a cada fim de semana ou a cada festinha que comparece. E roupas somente de grifes. 

Os meninos cedo aprendem a exigir carro, cartão de crédito, mais e mais dinheiro para programas em boates, noitadas ou viagens. 

Quando os pais tentam refrear essas exigências, que passam a ser vistas como direitos pelos filhos, a reação costuma ser, no mínimo, de revolta. 

Quando os pais agem, desde cedo, dessa maneira excessivamente generosa, porém impensada, o que estão estimulando é o surgimento de uma geração de jovens que valorizam apenas o ter em detrimento do ser. 

Aprenderam a ver o mundo dessa forma. Não poderiam portanto ser diferentes. Assim, só vale o que a pessoa possui. Não importa o que ela seja. 

Pensando em nada negar aos filhos, os pais criam jovens extremamente inseguros, com valores equivocados. Não se sentem valorizados a não ser pelo que vestem, pelo que têm de bens materiais. 

Importante se faz que os pais se preocupem em revelar aos filhos o seu valor pessoal como gente, como ser humano que vale pelo que é, pelo que tem de bondade, de generosidade, de honestidade, de caráter e honradez, de amor ao próximo. 

Na verdade, o melhor que se pode dar aos filhos não são coisas materiais. 

O melhor que se pode dar aos filhos é equilíbrio, tranquilidade, paz. Ensinar-lhes a valorizar o que têm. Participar verdadeiramente de suas vidas.

Não se está sugerindo ou defendendo a idéia de privar os filhos de coisas que eles podem ter. Mas que os pais deixem algum espaço, alguma coisa pela qual os filhos se empenhem. 

Não os sufoquem com o seu amor. Ao contrário, se empenhem para que os filhos acreditem em alguma coisa. Que tenham algum ideal, algum objetivo por que lutar. Que desejem dar uma contribuição social. Não apenas receber. 

Ensinem aos filhos, enquanto é tempo, que a vida é muito mais do que o simples gozar. Que a vida é oportunidade de crescimento, de progresso. 

Incentivem seus filhos na busca da intelectualidade e dos valores morais. Sendo assim você estará participando inteiramente de suas vidas. Pense nisso, e no mais vamos que vamos, ETA nóis.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

DEZEMBRO CHEGOU


Chegamos a dezembro, que para muitos é um mês muito especial. Como são todos os meses de dezembro. Neste mês segundo a história, nasceu o homem Jesus. 

As casas, as ruas, as avenidas se enchem de luzes. Cantos, cantigas, dramatizações do nascimento de uma criança singular se reprisam em escolas, templos e associações. Em nome de um menino, os corações se sensibilizam e cada qual procura tornar muito bom o dia do Natal. 

Eclodem emoções. E ante tanta sensibilidade que desfila ao longo desses dias, é de nos indagarmos: Quem é essa criança cujo nascimento é evocado, mesmo após decorridos mais de vinte séculos da sua morte? 

Porque afinal, costumamos comemorar o aniversário na terra dos que estão conosco. Depois que realizam a grande viagem, rumo ao invisível, nós lembramos outras datas. Mas ninguém pensa em realizar festa de aniversário para aquele que já se foi. 

E outro detalhe muito significativo. No dia em que se comemora o aniversário dessa criança, quem recebe os presentes são os que promovem a festa, numa alegre troca de embrulhos, lembranças e mimos. 

Só mesmo um Espírito tão grande quanto o do Cristo poderia atravessar os séculos e prosseguir lembrado. Foi tal a revolução que promoveu no Espírito humano que a Terra O recorda, ano após ano. Sua revolução não utilizou armas de fogo, ferro ou aço. Foram, no entanto, as mais invencíveis armas do amor e da bondade. 

Desde o nascimento, exemplificou. Rei das Estrelas, Senhor dos Espíritos, tornou-Se criança, adolescente, homem e viveu com os homens. Demonstrando, através de pouco mais de três décadas que não importam as circunstâncias, quem deseja ser bom pode sê-lo. 

Viveu em período em que a política romana comandava o mundo, em que a hipocrisia farisaica imperava e, no entanto, manteve-Se puro. Lecionando humildade ao nascer em um berço de palha, traduziu a lição do trabalho na carpintaria de Seu pai José. 

Ele, que moldara, junto com o Pai Supremo as formas da Terra que habitamos, não Se envergonhou de domar a madeira e transformá-la em bancos, mesas, utensílios domésticos outros. Senhor e Mestre, em cada momento de Sua vida, ensinou pelo exemplo, testificando que o bem vence o mal, a luz vence a treva. 

Mais de dois mil anos são passados, desde Sua vinda à Terra. Quando nos decidiremos por Lhe seguir a excelsa doutrina, que conjuga o verbo amar e que utiliza os substantivos doação, renúncia, abnegação? Se Jesus é nosso Modelo e Guia, por isso mesmo, nenhum de nós deve se dizer desiludido com essa ou aquela postura equivocada de seguidores de qualquer credo. 

Porque afinal o que importa mesmo, é a conduta do nosso Mestre Jesus que, em nenhum momento, abandonou as linhas do dever e do amor sem limites. Pensemos nisso, vamos respeitar aqueles que não são cristãos, e no mais vamos que vamos, ETA nóis.

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

GRATIDÃO


Quando a palavra é gratidão, nos vem a lembrança a mulher da bíblia que tinha um fluxo de sangue contínuo. Ela viera das terras distantes de Cesaréia de Filipe, na Decápole. 

Era considerada impura, pois há 12 anos um fluxo sanguíneo não a deixava. Recorrera a todos os métodos possíveis, na ânsia da cura. Tudo inútil. Seu mal era considerado um sinal de desventura, um castigo divino. 

Após ter gasto tudo que possuía, ela resolvera buscar a próspera Cafarnaum, na esperança de encontrar um remédio ainda não experimentado, um médico ainda não consultado. 

Chegou à cidade no momento em que o sublime Profeta de Nazaré acabava de saltar nas brancas praias de Cafarnaum. 

Pelos caminhos, ela ouvira falar daquele Homem, pela boca dos que tinham sido abençoados por Suas mãos e haviam recuperado a saúde. 

O povo se comprime. Todos almejam chegar mais perto. A figura de Jesus se destaca com Sua túnica tecida sem costura, Seu manto quadrangular de borlas tecidas em fios de linho. 

A mulher tenta se aproximar Dele. O coração parece lhe saltar do peito. O que dizer-Lhe? Como falar da sua desdita, expondo-se, em meio a tanta gente? 

Ela já fora tão humilhada. As marcas da problemática orgânica lhe denunciavam a enfermidade. Estava descarnada, anêmica. 

Ela acreditava Nele. Parecia sentir que uma força extraordinária se desprendia Dele. Todo Ele era grandeza. Almejava gritar, tocá-Lo. Isto: tocá-Lo seria suficiente para que se curasse. 

Então, numa rua estreita, enquanto a multidão se adensava cada vez mais, ela aproximou-se e por trás, alongou o braço esquálido e Lhe tocou as vestes com a ponta dos dedos. 

Maravilha! O sangue estancou de imediato. A dor se foi. Uma sensação estranha a dominou. Sentiu-se renovada. Foram alguns segundos de êxtase. Logo, a voz Dele se destacou na multidão: 

Quem me tocou? Os discípulos dizem que é impossível saber, pois todos O apertam, comprimem. 

Ela se atira aos pés Dele e confessa: Fui eu, Senhor. Guardava a certeza que, em tocando-Te as vestes, recuperaria a saúde. 

Jesus a envolve em Seu olhar e a sossega: Filha, vai em paz. A fé te salvou. Fica livre do teu mal! 

Algum tempo depois, Ele foi preso. Às horas de angústia da incerteza do destino Dele, se seguiu a cruel subida até à Colina da Caveira. 

Sob o peso do madeiro que carrega, enfraquecido por não ter Se alimentado desde a noite anterior e pelas longas horas de flagelação, Ele cai. 

Ela não se contém. Burla a vigilância dos soldados e corre-Lhe ao encontro. Com uma toalha branca, limpa-Lhe a face ensanguentada e dorida. 

Quando a retira, nela estava estampado o rosto Dele, tingido pelo sangue. Vai em paz! Lembrar-Me-ei de ti...- escuta ela em seu coração. 

Antigas tradições cristãs dizem que essa mulher se chamava Serápia e que, a partir desse episódio, ficou conhecida como Verônica, que quer dizer: verdadeira imagem. 

Verônica ou Berenice - que importa? O que ressalta é o exemplo de gratidão que se permite externar. 

Ela acompanha o Mestre, na Sua caminhada dolorosa, afronta a soldadesca, tudo para limpar o rosto Daquele que um dia a envolvera em Seu olhar amoroso, desejando-lhe paz. 

Ele lhe retribui o gesto, deixando impresso Seu semblante na toalha alvinitente. 

A recompensa da gratidão. E no mais vamos que vamos, ETA nóis.

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

MELHOR IDÉIA


"Conta-se que em uma pequena cidade, a cena causava espanto e admiração ao mesmo tempo, talvez porque o protagonista da história fosse um senhor bem idoso. 

Ele costumava passar o dia inteiro plantando árvores. Certo dia, algumas pessoas que passavam por ali pararam, admiradas, observando aquele ancião que plantava mudas ao longo da rua. 

Lisonjeado com o interesse, o velho parou seu trabalho e explicou: Meus filhos andam sempre insistindo comigo para mandar fazer uma sepultura. Mas eu tenho uma idéia melhor. 

Obtive licença para plantar árvores nas ruas ainda não arborizadas, e é assim que estou gastando o dinheiro que poderia ser empregado num mausoléu. 

Já estou com 80 anos, e nunca vi ninguém procurar a sombra de uma sepultura para descansar, nem é num cemitério que a criançada vai brincar. 

Daqui a 20 anos, meu nome estará completamente esquecido. Mas meus netos e outras tantas crianças estarão aqui para admirar e usufruir destas árvores. 

Ademais, quem passar por estas calçadas, nos dias de calor, há de achar agradável a sombra delas."

Impressionante a lucidez daquele homem que já vivera quase um século. 

A sua capacidade de discernimento era maior que a dos filhos que, certamente, não queriam se incomodar com a construção de um túmulo para o velho pai, quando este fechasse os olhos para o mundo dos chamados vivos. 

Utilizando-se dos próprios recursos, financeiros e de forças físicas, tratou de produzir coisas úteis, ao invés de construir o próprio túmulo e esperar a morte chegar. 

Por certo deixava aos mortos, como o recomendara Jesus, o cuidado de enterrar seus mortos. 

Deixava para os filhos, que já se encontravam mortos para os verdadeiros valores da vida, o cuidado de enterrar aquele que consideravam morto, mas que em realidade estava mais do que vivo. 

Considerando-se sob esse aspecto, entenderemos por que é que quem faz o bem aos outros, acaba beneficiando-se a si mesmo. E quem faz o mal, igualmente o recebe como resposta. 

Esse é o efeito bumerangue, ou Lei de Causa e Efeito, ou, ainda, o "A cada um segundo suas obras", ensinado por Jesus. 

Quem planta flores, planta beleza e perfumes para alguns dias. Quem planta árvores, planta sombra e frutos por anos, talvez séculos. 

Mas quem planta idéias verdadeiras, planta para a eternidade. Pense nisso, e no mais vamos que vamos, ETA nóis.

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

DESESPERAR JAMAIS


Diz o Poeta, compositor e músico Ivan Lins: Desesperar Jamais

Desesperar jamais
Aprendemos muito nesses anos
Afinal de contas não tem cabimento
Entregar o jogo no primeiro tempo

Nada de correr da raia
Nada de morrer na praia
Nada! Nada! Nada de esquecer

No balanço de perdas e danos
Já tivemos muitos desenganos
Já tivemos muito que chorar
Mas agora, acho que chegou a hora
De fazer Valer o dito popular
Desesperar jamais
Cutucou por baixo, o de cima cai
Desesperar jamais
Cutucou com jeito, não levanta mais

Há dias que temos a impressão de que chegamos no fim do caminho. Olhamos para frente e não vislumbramos mais saída. Não há uma luz no fim do túnel, e não há também nenhuma possibilidade de volta. 

Parece que todos os nossos projetos, nossos objetivos, foram levados para bem distante, e estamos sem possibilidade de alcançá-los. 

Parece mesmo que o outono da existência fez com que secassem as nossas esperanças e o vento forte do inverno varresse das nossas mãos todos os sonhos acalentados. 

A morte vem e arrebata os afetos da nossa alma deixando-nos o coração dilacerado. 

Sentimo-nos perdidos. Não sabemos que rumo tomar. Ficamos atônitos. 

Sentimo-nos como uma árvore ressecada, sem folhas, sem brilho, sem motivo para viver. É a desesperança. 

De repente, como acontece com a natureza, a primavera muda toda a paisagem. As árvores secas enchem-se de brotos verdes, e logo estão cobertas de folhas e flores. 

O tom acinzentado cede lugar às cores verdes de tonalidades mil. É a esperança. 

Os entes caros, que nos antecederam na viagem de retorno à Pátria Espiritual, um dia estarão novamente junto aos nossos corações saudosos, num abraço de carinho e afeição. 

Tudo em a natureza volta a sorrir. A relva verde fica bordada de flores de variados matizes, as borboletas bailam no ar, os pássaros brindam-nos com suas sinfonias harmoniosas. Tudo é vida. 

Assim, quando a chama da esperança reacende em nosso íntimo, nossos sonhos desfeitos são substituídos por outros anseios. Nossos objetivos se modificam e o entusiasmo nos invade a alma. 

Jesus, o Sublime Galileu, falou-nos da esperança no Sermão da Montanha, com o suave canto das bem-aventuranças. 

Exemplificou-a nos Seus ditos e feitos. Enfim, toda Sua mensagem é de esperança. 

Se formos visitados por qualquer dissabor e o desespero nos tomar de assalto, busquemos o nosso Amigo Maior, Deus, através da oração. 

Predispondo-nos pela prece, a ajuda chegará certamente, como suave bálsamo a penetrar nas fibras mais íntimas do nosso ser, dando-nos alento e tranqüilidade. 

Se a desesperança acercar-se de nós, lembremos o Amigo Celeste a nos dizer: Meu fardo é leve, meu jugo é suave. Se Seu jugo é suave, por que não O aceitamos? Se Seu fardo é leve por que não O conduzimos? 

Consideremos que o rigor do inverno pode ser o resultado da nossa falta de cuidado, submetendo-nos ao jugo da mentira, da ambição desmedida, do pessimismo, das queixas sem fim... 

Ou talvez a desesperança resulte da nossa própria insensatez, carregando o pesado fardo dos prazeres inferiores, do orgulho, do egoísmo, da ganância, dos vícios de toda ordem, e de outros tantos fardos inúteis que nos sobrecarregam os ombros destroçando-nos as forças. 

Dessa forma, em qualquer circunstância, deixemos que a esperança nos invada a alma, confiantes em Deus, que sempre nos dá oportunidades novas para refazermos caminhos, buscando a nossa redenção. 

A esperança deve ser uma constante em nossas vidas. Esperança de melhores dias; esperança de realizações superiores; esperança de paz. 

"Narra-se que um monge que vivia da mendicância, sem abrigo, recolheu-se numa gruta para o repouso noturno em bela paisagem banhada de luar. Adormeceu, veio um bandido e lhe furtou a capa de que se utilizava como agasalho. O frio da madrugada despertou-o e, dando-se conta do infortúnio, porém fascinado pela claridade da lua, aproximou-se da entrada da gruta e, emocionando-se com o que viu, exclamou: Que bom que o ladrão não me furtou a lua! E sorrindo, pôs-se a meditar. "

Então amigos, desesperar, nunca! Pense nisso. E no mais vamos que vamos ETA nóis.

terça-feira, 27 de novembro de 2018

DISCIPLINA

A disciplina e a ordem, o respeito aos bens alheios, com certeza são valores que os pais prezam passar aos seus filhos. 

Ninguém pense que se deva deixar os filhos fazerem o que querem, com os seus e os pertences de outrem. 

No entanto, há que se ter sensibilidade para estabelecer a linha divisória entre mal-criação e um ato de amor. 

Entre maldade e expressão do mais puro afeto de um filho por seu pai. 

Aprenda a valorizar as pequenas grandes coisas que se expressam em um gesto espontâneo, em um abraço inesperado, um beijo que parece fora de contexto. 

Jamais rejeite tais manifestações. Ao contrário, retribua, enquanto pode, enquanto seus filhos estão sob sua guarda, enquanto estão sob seu teto. 

Dia chegará em que a vida os levará para longe, como flechas disparadas por hábil arqueiro, para as conquistas que lhes cabem. 

E, então, você terá todas essas delicadas lembranças para alimentar os dias da sua saudade... 

Pense nisso! E no mais vamos que vamos, ETA nóis.

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

A FAMÍLIA PRIMEIRO

O administrador Stephen Kanitz, colunista da revista Veja, escreveu em edição de fevereiro de 2002 mais ou menos o seguinte: 

Há vinte anos presenciei uma cena que modificou radicalmente minha vida. Foi num almoço com um empresário respeitado e bem mais velho que eu. 

O encontro foi na própria empresa. Ele não tinha tempo para almoçar com a família em casa, nem com os amigos num restaurante. Os amigos tinham de ir até ele. 

Seus olhos estavam estranhos. Achei até que vi uma lágrima no olho esquerdo. "Bobagem minha", pensei. Homens não choram, especialmente na frente dos outros. 

Mas, durante a sobremesa, ele começou a chorar copiosamente. Fiquei imaginando o que eu poderia ter dito de errado. Supus que ele tivesse se lembrado dos impostos pagos no dia. 

"Minha filha vai se casar amanhã", disse sem jeito, "e só agora a ficha caiu. Percebo que mal a conheci. 

Conheço tudo sobre meu negócio, mal conheço minha própria filha. Dediquei todo o tempo à minha empresa e me esqueci de me dedicar à família." 

Voltei para casa arrasado. Por meses, me lembrava dessa cena e sonhava com ela. Prometi a mim mesmo e a minha esposa que nunca aceitaria seguir uma carreira assim. 

Colocar a família em primeiro lugar não é uma proposição tão aceita por aí. Normalmente, a grande discussão é como conciliar família e trabalho. Será que dá? 

O cinema americano vive mostrando o clichê do executivo atarefado que não consegue chegar a tempo para a peça de teatro da filha ou ao campeonato mirim de seu filho. 

Ele se atrasou justamente porque tentou conciliar trabalho e família. Só que surgiu um imprevisto de última hora, e a cena termina com o pai contando uma mentira ou dando uma desculpa esfarrapada. 

Se tivesse colocado a família em primeiro lugar, esse executivo teria chegado a tempo. Teria levado pessoalmente a criança ao evento. 

Teria dado a ela o suporte psicológico necessário nos momentos de angústia que antecedem um teatro ou um jogo. 

A questão é justamente essa. Se você, como eu e a grande maioria das pessoas, tem de conciliar família com amigos, trabalho, carreira ou política, é imprescindível determinar quem você coloca em primeiro lugar. 

Colocar a família em primeiro lugar tem um custo com o qual nem todos podem arcar. Implica menos dinheiro, fama e projeção social. 

Muitos de seus amigos poderão ficar ricos, mais famosos que você e um dia olhá-lo com desdém. Nessas horas, o consolo é lembrar um velho ditado que define bem por que priorizar a família vale a pena: 

"Nenhum sucesso na vida compensa um fracasso no lar." 

Qual o verdadeiro sucesso de ter um filho drogado por falta de atenção, carinho e tempo para ouvi-lo no dia-a-dia? 

De que adianta ser um executivo bem-sucedido e depois chorar durante a sobremesa porque não conheceu sequer a própria filha? 

O lar constitui o cadinho redentor das almas. Merece nosso investimento em recursos de afeto, compreensão e boa vontade, a fim de dilatar os laços da estima. 

Os que compõem o lar são os marcos vivos das primeiras grandes responsabilidades do ser humano. 

Assim, acima de todas as contingências de cada dia, compete-nos ser o cônjuge generoso e o melhor pai, o filho dedicado e o companheiro benevolente. 

Afinal, na família consangüínea, temos o teste permanente de nossas relações com toda a Humanidade. E Pensemos nisso, e no mais vamos que vamos ETA nóis.

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

A DESGRAÇA REAL


Toda gente fala da desgraça, toda gente já a sentiu e julga conhecer-lhe o caráter múltiplo. 

No entanto, quase todos nos enganamos. A desgraça real não é, absolutamente, o que pensamos, isto é, o que os desgraçados o supõem. 

Para nós a desgraça está na miséria, no fogão sem lume; no credor que ameaça, no berço do qual o anjo sorridente desapareceu; nas lágrimas, no féretro que se acompanha de cabeça descoberta e com o coração despedaçado; na angústia da traição, na desnudação do orgulho que desejara envolver-se em púrpura e mal oculta a sua nudez sob os andrajos da vaidade. 

A tudo isso e a muitas coisas se dá o nome de desgraça, na linguagem humana. Sim, é desgraça para os que só vêem o presente. A verdadeira desgraça, porém, está na conseqüência de um fato, mais do que no próprio fato. 

Pensemos, se um acontecimento, considerado ditoso na ocasião, mas que acarreta conseqüências funestas, não é, realmente, mais desgraçado do que outro que, a princípio, causa viva contrariedade e acaba produzindo o bem. 

Vejamos se a tempestade que arranca as árvores, mas que saneia o ar, dissipando os asfixias insalubres que causariam a morte, não é antes uma felicidade do que uma infelicidade. 

Para julgarmos de qualquer coisa, precisamos ver-lhe as conseqüências. Assim, para bem apreciarmos o que, em realidade, é ditoso ou inditoso para o homem, precisamos transportar-nos para além desta vida, porque é lá que as conseqüências se fazem sentir. 

Ora, tudo o que se chama infelicidade, segundo as acanhadas vistas humanas, cessa com a vida corporal e encontra a sua compensação na vida futura. 

Podemos pensar na infelicidade sob uma nova forma, sob a forma bela e florida que acolhemos e desejamos com as nossas almas iludidas. 

A infelicidade pode estar na alegria, no prazer, no tumulto, na vã agitação, na satisfação louca da vaidade, que fazem calar a consciência; que comprimem a ação do pensamento; que atordoam o homem com relação ao seu futuro. 

A infelicidade é o ópio do esquecimento que ardentemente procuramos conseguir. 

Para a criança, a infelicidade está em respeitar os limites e as disciplinas propostas pelos pais. 

Por sua vez os pais, que têm da vida uma visão mais abrangente, estão investindo numa felicidade futura para seus entes queridos, ensinando-os a viver com dignidade. 

Assim também acontece conosco em relação às disciplinas estabelecidas pelas leis maiores da vida. Onde só vemos a desgraça, está se processando a verdadeira felicidade. 

Superando com coragem os obstáculos do caminho, estaremos agindo como bravos soldados que, longe de fugirem ao perigo, preferem as lutas dos combates arriscados à paz que não lhes pode dar glória, nem promoção. 

Que importa ao soldado perder, na refrega, armas, bagagens e uniforme, desde que saia vencedor e com glória? 

Que importa ao que tem fé no futuro deixar no campo de batalha da vida a riqueza e o manto de carne, contanto que sua alma entre vitoriosa no Reino Celeste? 

Pensemos nisso! E no mais vamos que vamos, ETA Nóis.

terça-feira, 20 de novembro de 2018

O RESPEITO EXISTE


As crianças geralmente são lições vivas que retratam os ensinos que recebem de seus pais e professores. E é gratificante perceber os frutos dessas lições, quando os filhos não estão com os adultos e mesmo assim agem conforme o que aprenderam. 

Conta-se que uma menina de 9 anos e um garoto de 3 foram passar uns dias na casa de uma tia, aproveitando as férias de julho. As crianças levantaram tarde, pois o inverno, no sul, é um convite para ficar um pouco mais debaixo das cobertas... 

Após um leve desjejum, as crianças foram brincar no parquinho, enquanto a tia já preparava o almoço para logo mais. Poucos minutos depois, os dois entraram em casa novamente. "O que houve?" Perguntou a tia. 

E a menina falou, com tranqüilidade: "Tinha um senhor varrendo as folhas secas do parquinho, e a gente não quis atrapalhar." "E foi ele que pediu para vocês saírem?", questionou a tia, desejando saber se a iniciativa era deles mesmo. 

"Não, a gente achou melhor sair", respondeu a garota. Impressionante que o pequeno também voltou com a irmã mais velha, sem fazer escândalo. Não havia revolta, nem reprovação, por parte dos dois. 

Ambos agiram com a naturalidade de quem sugou as lições de respeito ao próximo, com o leite materno. Sem dúvida, uma atitude que merece reflexão por parte dos adultos. 

Não havia ninguém por perto para dizer àquela menina que ela deveria respeitar a pessoa que estava limpando o parquinho. Ela tomou a decisão com autonomia. 

Atitudes como essa denotam que o respeito e a civilidade são lições que valem a pena. Reportagens feitas nas ruas, e exibidas na TV, demonstraram que a grande maioria dos adultos não nota os varredores de rua. 

Tanto isso é verdade, que alguns atores famosos se vestiram de garis e passaram um bom tempo representando esse papel, em locais movimentados, sem que ninguém os reconhecesse. 

E se esses trabalhadores não são sequer notados, como serão respeitados? Isso é fruto de uma visão equivocada, em que as pessoas valem pelo que têm, ou parecem ter, em vez de serem valorizadas pelo simples fato de existirem. 

O respeito é um valor básico, e deveria reger as relações sociais. As noções de civilidade deveriam fazer parte das primeiras lições na infância. 

O respeito é uma matéria que deveria compor o currículo normal das escolas, e ser ensinado pela teoria e também pelo exemplo dos educadores. Quando o respeito não é levado em conta, na base da educação, a sociedade periclita. 

A falta de respeito gera conflitos de difícil solução, e é causa de muitas guerras. O respeito, levado às últimas conseqüências, seria a chave para a solução de inúmeros problemas sociais. 

Quando a sociedade respeitar os direitos básicos de cada cidadão, não haverá ninguém a quem falte o necessário. E um cidadão que vê seus direitos respeitados não tem razões para ser violento. 

E o primeiro de todos os direitos do ser humano, é o direito de viver. E para viver, algumas necessidades básicas devem ser atendidas. Entre elas estão a educação e o trabalho. As demais, o homem constrói com dignidade, pois o trabalho tudo vence. 

Você já imaginou como seria uma sociedade regida, naturalmente, pelo respeito mútuo? Seria a sociedade ideal, não há dúvida... 

Você entraria num restaurante e poderia conversar tranqüilamente com seus amigos, sem precisar gritar... Jamais haveria alguém fumando na mesa ao lado... 

Você só ouviria as músicas que desejasse dentro do seu lar, e não a dos vizinhos... O erário só seria usado em benefício de todos, e assim por diante. 

Pensemos nisso, e façamos a nossa parte para que essa sociedade seja uma realidade um dia. E no mais vamos que vamos, ETA Nóis.

domingo, 18 de novembro de 2018

ARROGÂNCIA


A vida moderna caracteriza-se pela pressa. Os recursos tecnológicos permitem que pessoas distantes troquem mensagens de forma instantânea. A internet viabiliza a circulação de informações com rapidez vertiginosa. 

Se algo relevante acontece em determinado país, em instantes isso pode ser levado ao conhecimento dos habitantes do outro lado do globo. O dinheiro circula com grande desenvoltura pelas bolsas de valores de todo o planeta. 

No jargão empresarial, tempo é dinheiro. Decisões importantes freqüentemente têm de ser tomadas com prontidão e presteza. Essa pressa já contamina as relações pessoais. Relacionamentos começam e terminam em uma velocidade impensável há algum tempo atrás. 

As pessoas se permitem intimidades tão logo se conhecem. Mas igualmente têm pressa em seguir adiante, ao menor sinal de incompatibilidade. Isso logra banalizar, de certo modo, o contato humano. 

A agilidade que tudo impulsiona tende a fazer com que se tome pouco cuidado no lidar com o semelhante. Esquece-se de que ele não é uma aplicação financeira ou um negócio a ser finalizado. Nessa urgência de viver intensamente, as pessoas esquecem algumas regras básicas de educação. 

Tornam-se quase desumanas, no afã de rapidamente partir para uma próxima etapa, mesmo sem atinar com o que vem a seguir. À míngua de calma, vive-se na base de rompantes. Sem muito refletir, as pessoas falam e agem. 

Nesse processo, freqüentemente ferem os que as rodeiam. Mas não se preocupam com isso, de acordo com uma nova e rasa perspectiva de vida. Se confrontadas, afirmam-se apenas sinceras. 

Reputam como virtude o hábito de dizer o que pensam, sem se preocupar com os sentimentos alheios. Contudo, ninguém aprecia ser tratado com rudeza. Mesmo quem age rudemente não gosta de receber pontapés. 

Segundo um antigo provérbio, a verdade é como uma jóia preciosa. Se uma jóia for atirada com violência na face de alguém, provocará ferimentos ou até cegueira. Mas se for oferecida em um belo embrulho, de forma gentil, agradará bastante. 

Então, é preciso cuidado com a forma como a verdade é aplicada na vida do próximo. Uma verdade feroz apenas gera ferimentos e animosidade. Mas se ela for apresentada com tato e gentileza, há grande chance de ser bem aceita. 

Contudo, para ser gentil é necessário gastar algum tempo. A gentileza é incompatível com rompantes. Para não ser causa de sofrimentos e mágoas, reflita antes de falar e agir. Lembre que ação gera reação. 

O tratamento que você concede aos outros mais tarde lhe será concedido. Deixe a rapidez e a pressa para questões objetivas, como negócios e notícias. Em suas relações, seja calmo e ponderado. 

Quem reage ao primeiro impulso, tem grandes chances de se arrepender. O hábito de formular juízo de valor com rapidez implica, não raro, condenar sem permitir defesa. Essa é uma atitude típica de déspotas, que sempre acabam sós. 

Relações amorosas ou fraternas não se consolidam sem dedicação e cuidado. Em clima de rudeza e insensibilidade, elas fenecem. Tempo pode ser dinheiro, como habitualmente se afirma. 

Mas a fortuna é uma compensação muito insignificante para a falta de amores e amigos. Preciso aprender a não reagir ao primeiro impulso. Confesso que preciso recapitular e aprender tudo isso novamente.

Mas uma coisa me serve de consolo, acho que terei tempo ainda, até porque nunca é tarde para aprender, como disse a escritora britânica Mary Shelley: "O começo é sempre hoje". E no mais, vamos que vamos, ETA Nóis.

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

A PAZ VERDADEIRA


Em determinada passagem do evangelho, Jesus afirma: 

"Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz; não vo-la dou como o mundo a dá". 

Isso evidencia que a paz do Cristo é muito diferente da paz do mundo. Para entender o significado da paz do Cristo, torna-se necessário refletir sobre o que habitualmente se concebe por paz. 

Os dicionários fornecem inúmeros significados para esse vocábulo. Por exemplo, identificam-no com ausência de guerra, descanso e silêncio. Ocorre que o descanso e o silêncio, por si sós, não significam necessariamente algo bom. 

Em uma penitenciária, no meio da noite, pode haver descanso e silêncio absolutos. Mas é difícil sustentar que as criaturas que lá se encontram sejam pacificadas. 

Em um charco as águas são paradas e há silêncio nele e em torno dele. Contudo, não se pode ignorar a podridão que ali jaz oculta. 

Também é possível que algumas pessoas sejam conservadas inertes e em silêncio, por medo. Determinada casa pode ser silenciosa e ordeira pelo pavor que o chefe da família inspira. Entretanto, a submissão criada pela violência nada tem de desejável. 

No âmbito internacional, ao término de uma guerra, freqüentemente são impostas duras condições aos países derrotados. Ocorre que uma paz que esmaga os vencidos contém em si o gérmen de futuras violências. 

Também não raro percebemos coisas erradas acontecendo, em prejuízo dos outros. Mas podemos preferir silenciar, a título de preservar nossa paz. Assim, a paz, na concepção mundana, muitas vezes envolve opressão, preguiça e conivência. 

Não causa espanto que a paz do Cristo seja diferente da paz do mundo. Pode-se afirmar que a paz do Cristo constitui decorrência lógica da vivência de Seus ensinamentos. 

Afinal, o mestre afirmou que não basta dizer Senhor! Senhor! Para entrar no reino dos céus. É necessário efetivamente realizar a vontade do pai celestial. Essa vontade encontra-se explícita nas palavras e nos exemplos de Jesus. 

O céu a que se refere o Cristo não é um local determinado no espaço. Trata-se de um estado de consciência em harmonia com as leis divinas. 

A paz do Cristo não se identifica com a inércia. É um sublime estado de consciência, feito de serenidade e harmonia. É um profundo silêncio interior, que não depende das ocorrências do mundo.

Essa paz somente pode ser desfrutada por quem ama o progresso e trabalha efetivamente no bem. Ela é muito trabalhosa e operante. Reflete o estado de quem pode observar com tranqüilidade os próprios atos. 

Só se sente assim quem cumpre seu dever. Não é um presente, mas uma conquista. O seu gozo pressupõe esforço em burilar o próprio caráter, em crescer em entendimento e compreensão. 

Apenas se pacifica quem procura desenvolver seus talentos pelo estudo e o trabalho constantes, e utiliza seus talentos na criação de um mundo melhor. 

A paz do Cristo está à disposição de todos. Mas só a desfruta quem pratica a lei de justiça, amor e caridade, estabelecida por Deus para a harmonia da criação. 

Não adianta a paz da boca para fora, tem que haver verdade, se diz da paz mas quase se matam em palavras por causa de uma ideologia, de um time de futebol ou de uma religião, etc...

Em cada situação complexa em qualquer área ou momento da sua vida, aja sempre da melhor forma, evocando o equilíbrio que você quer desenvolver pensando nas bênçãos da paz almejada. 

Confie no bem e faça o bem, a fim de que você se transforme num pólo de equilíbrio a balizar a marcha humana de tanta gente. 

O homem, que no mundo ocupa elevada posição, não se julga ofendido com os insultos daquele a quem considera seu inferior. O mesmo se dá com o que, no mundo moral, se eleva acima da humanidade material. Este compreende que o ódio e o rancor só o rebaixariam.

Pense nisso, e no mais vamos que vamos ETA Nóis.