quarta-feira, 28 de novembro de 2018

DESESPERAR JAMAIS


Diz o Poeta, compositor e músico Ivan Lins: Desesperar Jamais

Desesperar jamais
Aprendemos muito nesses anos
Afinal de contas não tem cabimento
Entregar o jogo no primeiro tempo

Nada de correr da raia
Nada de morrer na praia
Nada! Nada! Nada de esquecer

No balanço de perdas e danos
Já tivemos muitos desenganos
Já tivemos muito que chorar
Mas agora, acho que chegou a hora
De fazer Valer o dito popular
Desesperar jamais
Cutucou por baixo, o de cima cai
Desesperar jamais
Cutucou com jeito, não levanta mais

Há dias que temos a impressão de que chegamos no fim do caminho. Olhamos para frente e não vislumbramos mais saída. Não há uma luz no fim do túnel, e não há também nenhuma possibilidade de volta. 

Parece que todos os nossos projetos, nossos objetivos, foram levados para bem distante, e estamos sem possibilidade de alcançá-los. 

Parece mesmo que o outono da existência fez com que secassem as nossas esperanças e o vento forte do inverno varresse das nossas mãos todos os sonhos acalentados. 

A morte vem e arrebata os afetos da nossa alma deixando-nos o coração dilacerado. 

Sentimo-nos perdidos. Não sabemos que rumo tomar. Ficamos atônitos. 

Sentimo-nos como uma árvore ressecada, sem folhas, sem brilho, sem motivo para viver. É a desesperança. 

De repente, como acontece com a natureza, a primavera muda toda a paisagem. As árvores secas enchem-se de brotos verdes, e logo estão cobertas de folhas e flores. 

O tom acinzentado cede lugar às cores verdes de tonalidades mil. É a esperança. 

Os entes caros, que nos antecederam na viagem de retorno à Pátria Espiritual, um dia estarão novamente junto aos nossos corações saudosos, num abraço de carinho e afeição. 

Tudo em a natureza volta a sorrir. A relva verde fica bordada de flores de variados matizes, as borboletas bailam no ar, os pássaros brindam-nos com suas sinfonias harmoniosas. Tudo é vida. 

Assim, quando a chama da esperança reacende em nosso íntimo, nossos sonhos desfeitos são substituídos por outros anseios. Nossos objetivos se modificam e o entusiasmo nos invade a alma. 

Jesus, o Sublime Galileu, falou-nos da esperança no Sermão da Montanha, com o suave canto das bem-aventuranças. 

Exemplificou-a nos Seus ditos e feitos. Enfim, toda Sua mensagem é de esperança. 

Se formos visitados por qualquer dissabor e o desespero nos tomar de assalto, busquemos o nosso Amigo Maior, Deus, através da oração. 

Predispondo-nos pela prece, a ajuda chegará certamente, como suave bálsamo a penetrar nas fibras mais íntimas do nosso ser, dando-nos alento e tranqüilidade. 

Se a desesperança acercar-se de nós, lembremos o Amigo Celeste a nos dizer: Meu fardo é leve, meu jugo é suave. Se Seu jugo é suave, por que não O aceitamos? Se Seu fardo é leve por que não O conduzimos? 

Consideremos que o rigor do inverno pode ser o resultado da nossa falta de cuidado, submetendo-nos ao jugo da mentira, da ambição desmedida, do pessimismo, das queixas sem fim... 

Ou talvez a desesperança resulte da nossa própria insensatez, carregando o pesado fardo dos prazeres inferiores, do orgulho, do egoísmo, da ganância, dos vícios de toda ordem, e de outros tantos fardos inúteis que nos sobrecarregam os ombros destroçando-nos as forças. 

Dessa forma, em qualquer circunstância, deixemos que a esperança nos invada a alma, confiantes em Deus, que sempre nos dá oportunidades novas para refazermos caminhos, buscando a nossa redenção. 

A esperança deve ser uma constante em nossas vidas. Esperança de melhores dias; esperança de realizações superiores; esperança de paz. 

"Narra-se que um monge que vivia da mendicância, sem abrigo, recolheu-se numa gruta para o repouso noturno em bela paisagem banhada de luar. Adormeceu, veio um bandido e lhe furtou a capa de que se utilizava como agasalho. O frio da madrugada despertou-o e, dando-se conta do infortúnio, porém fascinado pela claridade da lua, aproximou-se da entrada da gruta e, emocionando-se com o que viu, exclamou: Que bom que o ladrão não me furtou a lua! E sorrindo, pôs-se a meditar. "

Então amigos, desesperar, nunca! Pense nisso. E no mais vamos que vamos ETA nóis.

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