domingo, 24 de fevereiro de 2019

INTELIGÊNCIA SEM AÇÃO (Por Pedro Machado)



De que vale a inteligência, sem ação. Tem pessoas que se acham muito inteligentes, uma coisa é certa, os conhecimentos ouvem-se, mas para agir a capacidade de audição é praticamente desprezível. 

Porque agir é estar próximo das coisas, e ouvir é estar afastado das coisas. Alguém que apenas ouve será considerado um intruso no mundo, a Natureza não se sentirá ameaçada. Quem ouve poderá acumular conhecimentos, mas essa cumulação não lutará com a Natureza. 

Esta por sua vez resiste bem à inteligência, ao raciocínio e à memória do Homem. Todas estas qualidades intelectuais são assuntos que dizem respeito exclusivamente ao mundo da cidade, e o que ameaça a Natureza são as ações. 

Os momentos em que os humanos abandonam a audição, e mesmo a linguagem do discurso, e passam a querer falar com o tato, o único que pode alterar as coisas. Se os seres humanos, mantendo a sua inteligência incorrupta, fossem seres imóveis, incapazes de qualquer movimento, seriam ainda hoje menos poderosos do que um único metro quadrado de terra espontâneo. 

Poderiam possuir um grau de aperfeiçoamento no pensamento abstrato, matemático e lógico, mas não deixariam de ser uma espécie mesquinha, secundária ao lado das outras, as possuidoras de movimento. 

Qualquer cão mesquinho mijaria nas pernas de um homem inteligente, mas imóvel. Pense nisso, e vamos que vamos, ETA nóis.

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